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Quando os automóveis equipados com sistemas de assistência ao condutor, também denominados Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor, chegam às vias públicas, muitas vezes estes ainda não estão totalmente desenvolvidos. Muitas vezes, os motoristas também não sabem o que esses sistemas podem ou não fazer, o que pode causar situações de risco. Os fabricantes também prestam muito pouca atenção aos utilizadores destes sistemas. Os requisitos que o governo estabelece para os automóveis não combinam bem com a atual geração de sistemas de assistência ao condutor. E muito pouco se aprende com os acidentes para melhorar a segurança rodoviária dos sistemas de assistência ao condutor. 

Isto é evidente a partir do harmonia 'Quem está dirigindo? – Segurança rodoviária e automação no tráfego rodoviário' publicado hoje pelo Conselho de Segurança Holandês. São necessários ajustamentos para garantir que os sistemas de assistência ao condutor contribuem para melhorar a segurança rodoviária.

Cerca de metade dos carros novos estão equipados com sistemas de assistência ao condutor, como sistema de travagem de emergência e controlo de cruzeiro adaptativo. Os sistemas de assistência ao condutor executam estas tarefas com base nas suas próprias observações e decisões. Como resultado, os carros tornaram-se computadores móveis.

Papel do motorista

Os carros novos já podem realizar muitas ações: dirigir, frear e acelerar, mas ainda não existem carros totalmente autônomos que sejam permitidos nas vias públicas. A automação significa que tarefas relativamente fáceis são assumidas pelo carro e o papel do motorista muda. Espera-se que essa pessoa monitore o processo e intervenha quando necessário. 

Isso requer concentração, enquanto a automação deixa você menos alerta. Isto torna a condução mais fácil e mais difícil ao mesmo tempo e nem sempre é claro quem conduz: o humano ou o carro? Os fabricantes estão introduzindo novos sistemas de assistência ao motorista para tornar os carros mais atraentes para os consumidores. O motorista sente que pode confiar nesses sistemas, mas é forçado a confiar em si mesmo se algo der errado. 

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Além disso, não é dada atenção suficiente ao funcionamento e às limitações dos sistemas de assistência ao condutor quando se entrega um automóvel novo ao cliente. Os motoristas também recebem informações insuficientes sobre atualizações de software. O resultado disso é a falta de conhecimento dos motoristas sobre esses sistemas.

Pouca atenção ao presente

A indústria automóvel, os governos e os especialistas estão concentrados na promessa do carro autónomo, mas ainda falta um futuro distante para que este possa circular com segurança nas vias públicas. Por exemplo, está a ser desenvolvida nova legislação para o futuro automóvel autónomo, por exemplo no domínio da interação entre os seres humanos e o automóvel, mas muito limitada para a atual geração de sistemas de assistência ao condutor.

Caixa preta

Os sistemas de assistência ao condutor ainda constituem uma «caixa negra» a vários níveis. Quando carros novos são admitidos na via pública, o governo tem supervisão insuficiente da operação de novos sistemas em diferentes circunstâncias. Isso não deixa claro se o sistema realmente faz o que deveria fazer. Também não é claro para alguns dos sistemas de assistência ao condutor qual o efeito que estes sistemas têm na segurança rodoviária. Há uma falta de monitorização e avaliação adequadas destes sistemas. A polícia muitas vezes não consegue ler os dados após um acidente e nem sempre se sabe em que carros estes sistemas estão instalados. Ao aprender com acidentes, incidentes e experiências dos utilizadores, as inovações podem comprovadamente melhorar a segurança rodoviária.

Recomendações

O governo tem a ambição de reduzir o número de vítimas rodoviárias a zero até 2050 e espera uma importante contribuição da automação. Segundo o Conselho, os sistemas de assistência ao condutor podem ser utilizados para obter ganhos de segurança, mas é necessário mais do que o que está a ser feito atualmente, começando com ajustes na conceção e introdução de sistemas de assistência ao condutor. A responsabilidade de melhorar a segurança cabe aos fabricantes. 

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O Conselho recomenda, portanto, que a indústria automóvel faça uma transição para a inovação socialmente responsável, onde as inovações melhoram comprovadamente a segurança rodoviária. Para obter clareza sobre o que um automóvel com sistemas de assistência ao condutor pode ou não fazer, os condutores precisam de estar mais bem informados sobre as suas possibilidades e limitações. Por último, o Conselho recomenda que a regulamentação relativa aos veículos seja ajustada a nível europeu para que estejam mais bem alinhadas com a atual geração de sistemas de assistência ao condutor.

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