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Imagem Pitane

Uma greve antes das férias de Natal é realmente inaceitável.

O comboio, uma das grandes vitórias do século XX, poderá muito bem tornar-se a grande derrota do nosso tempo. As ferrovias não vão bem. Muitas vezes devido a falta de pessoal ou cancelamentos dentro do cronograma. Numa França estagnada, os franceses estão desesperados depois de mais uma greve na SNCF antes do Natal. Há já algum tempo que os maquinistas de comboios em França fazem campanha por salários mais elevados. O facto de pararem de trabalhar durante as férias é alvo de fortes críticas por parte da direcção da SNCF e dos políticos.

Quando o trem Paris-Clermont chega à estação após quatro horas de atraso, os passageiros aplaudem aliviados, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Embora no nosso imaginário coletivo rimemos as celebrações de fim de ano com magia e reencontros com entes queridos, muitos franceses nesta altura do ano correm o risco de ficar presos numa plataforma devido a uma nova greve na SNCF. Desta vez são os inspectores que, com o apoio da Sud Rail e da CGT-Cheminots, exigem um aumento salarial.

sem trens

Para muitos franceses, a alternativa FlixBus não é uma opção, pois está superlotada e é muito cara. Um carro alugado também não é uma solução para o problema. E como se os problemas não fossem grandes o suficiente, o sistema de reembolso é kafkiano. Não há reembolso automático em caso de cancelamento de comboios e o preço dos bilhetes subiu de 292 inicialmente para 170 euros. Os viajantes dos trens TGV Inoui, Intercités e Ouigo têm direito a uma indenização de 200% na forma de voucher no valor da viagem cancelada.

Os franceses compreendem o direito à greve, mas sentem raiva no momento da notícia e quando vêem que não há solução em andamento. Os detalhes de sábado e domingo ainda não são conhecidos, mas são quase os mesmos de hoje. Os viajantes já estão sendo avisados ​​e um aviso de greve foi enviado à SNCF para o fim de semana de Ano Novo.

"Gostaria de pedir desculpas. Estamos oferecendo uma compensação excepcional de 200% para todos os viajantes cujos trens programados foram cancelados entre 23 e 26 de dezembro."

(O texto continua abaixo da foto)
Dois em cada cinco TGVs foram cancelados no fim de semana de Natal.

Devido à greve dos maquinistas, dois em cada três trens estarão circulando neste fim de semana, anunciou a administração da SNCF na terça-feira. Em detalhe, dois em cada três TGV deverão circular nos eixos Atlântico e Mediterrâneo, e um em cada dois comboios no eixo Norte e o vaivém Paris-Lille, no entanto, será quase normal. 

Desde 1947, não passou um único ano sem que greves perturbassem a rede ferroviária nacional. O resultado é um número impressionante de dias de trabalho perdidos. Nos últimos anos, porém, parece ter surgido uma nova tradição: o receio de uma greve na estação ferroviária estatal SNCF. Nenhum transporte alternativo de ônibus é usado durante essas greves. Esta greve não afeta os horários do Thalys e do Eurostar.

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