Este acordo, distribuído por 26 páginas, delineia uma política ambiciosa em várias frentes, que vão da economia à migração.
Após longas negociações, há fumaça branca: a velocidade máxima nas rodovias holandesas está aumentando. De acordo com o novo acordo de coligação entre PVV, VVD, NSC e BBB, denominado “Esperança, coragem e orgulho”, a velocidade máxima fora das horas de ponta será novamente aumentada para 130 km/h. Esta é uma clara mudança de rumo em comparação com a medida introduzida em março de 2020, onde a velocidade foi reduzida para 100 km/h por razões ambientais.
Estão também a ser dados passos importantes no domínio das infra-estruturas e dos transportes públicos. O limite de velocidade em algumas rodovias será aumentado para 130 quilômetros por hora. Estão também a ser feitos investimentos nos transportes públicos, com especial atenção para Lelylijn, uma nova ligação ferroviária que liga Lelystad a Groningen, e melhores ligações de autocarro entre os centros das aldeias rurais.
As partes sublinham a necessidade de segurança social, de melhoria dos cuidados e de combate ao elevado afluxo de requerentes de asilo e de imigrantes. O futuro do sector agrícola também está a receber especial atenção, com planos para oferecer novamente perspectivas aos agricultores, jardineiros e pescadores.
Uma das propostas mais marcantes do acordo é a redução drástica da franquia nos cuidados de saúde de 385 euros para 165 euros, embora esta alteração só entre em vigor em 2027. Além disso, a coligação propõe aliviar o trabalho, possivelmente introduzindo uma faixa adicional no imposto sobre o rendimento, e luta por cuidados infantis quase gratuitos para os pais, a fim de facilitar a combinação entre trabalho e vida familiar.
No domínio da migração e do asilo, o acordo propõe a implementação das medidas mais rigorosas de sempre. Propõe-se a introdução de uma lei temporária sobre crises de asilo que permite medidas drásticas durante situações de crise. Além disso, as regras relativas às autorizações de residência permanente serão reforçadas, o reagrupamento familiar será limitado e a prioridade dos titulares do estatuto na atribuição de habitação social será abolida.

Fim da formação do governo na Holanda: “Não vejo mais que isso dê errado”. Embora não esteja imediatamente claro quem se tornará o primeiro-ministro.
Ao mesmo tempo, a coligação pretende reorganizar a política europeia de asilo e migração através de um maior controlo nacional e de um controlo fronteiriço mais rigoroso. As condições para os migrantes de trabalho e de estudo também estão a ser reforçadas, incluindo requisitos linguísticos mais elevados e restrições ao número de estudantes estrangeiros admitidos.
No sector agrícola, os planos visam adaptar as regras europeias, como a Directiva Nitratos, e reforçar a estrutura das reservas naturais no âmbito dos regulamentos Natura 2000. A política visa também estimular a agricultura através da reintrodução do «diesel vermelho» nos veículos agrícolas e da promoção da inovação no sector, sem recorrer à redução forçada da pecuária ou à expropriação de terras agrícolas.
No que diz respeito à energia e ao clima, a coligação esforça-se por alcançar os objetivos climáticos definidos, mantendo ao mesmo tempo o fundo climático. Uma mudança notável é a construção planeada de quatro grandes centrais nucleares, duplicando os planos anteriores, para aumentar a independência energética dos Países Baixos.
O setor da saúde será reforçado através de melhores condições de trabalho para o pessoal e da aposta em métodos de ensino eficientes e politicamente neutros na educação. No domínio da segurança, os esforços contra o crime organizado estão a ser intensificados e as penas para crimes graves estão a aumentar.
A nível internacional, os Países Baixos continuam envolvidos no apoio à Ucrânia e planeiam aumentar os gastos com defesa de acordo com os padrões da OTAN. Está também a ser considerada a transferência da embaixada holandesa para Jerusalém.
Do ponto de vista económico, o aumento recente dos impostos sobre os empresários está a ser parcialmente revertido e o objectivo é encontrar um equilíbrio entre cortes e novas despesas. Com esta ampla gama de iniciativas políticas, a nova coligação posiciona os Países Baixos como um país que está pronto para construir o futuro de uma forma bem pensada e dinâmica.