Até à conclusão do novo concurso, as actuais concessionárias continuarão a prestar transporte de táxi em Schiphol.
Tem havido grande agitação entre os motoristas de táxi e as empresas de táxi, agora que Schiphol decidiu cancelar o concurso para o transporte de táxi no aeroporto, que já foi concluído. Segundo matéria do jornal Het Parool, a decisão ocorre após o vazamento de informações secretas durante a avaliação interna das licitações. As empresas e os condutores independentes que estavam na corrida por um lugar lucrativo na praça de táxis de Schiphol estão agora na incerteza. Os investimentos previstos em novos táxis eléctricos, que rondam as dezenas de milhares de euros, estão em dúvida.
Segundo o autor de o artigo Herman Stil, editor da Het Parool, a agitação é ainda maior porque as concessões em Schiphol estão entre as mais lucrativas da Holanda. Desde 2004, o aeroporto introduziu regulamentos rígidos que determinam quais táxis estão autorizados a pegar pessoas no local. Somente as empresas que ganharem a concessão poderão oferecer corridas de táxi no estande. Isso faz da licitação uma presa cobiçada no mercado de táxis.
TCA
Este ano, Schiphol reabriu a licitação após a prorrogação da concessão original devido à pandemia corona. Novas propostas foram coletadas em abril e maio, as quais foram avaliadas por uma comissão de avaliação interna. Os vencedores provisórios foram anunciados em julho, incluindo o TCA, que retornaria a Schiphol após uma ausência de quinze anos. Os prêmios finais foram concedidos em agosto. Estas concessões entrariam em vigor em 1º de dezembro, por um período de quatro anos, com possível prorrogação por dois anos.
Contudo, pouco antes do início do novo período de concessão, Schiphol decidiu retirar o procedimento. Segundo o aeroporto, foram cometidos erros durante a avaliação interna. Numa carta dirigida às empresas de táxi envolvidas, Schiphol afirmou que a composição do comité de avaliação se desviou acidentalmente das regras estabelecidas na documentação do concurso. Isto teria levado à divulgação de informações sobre o preço e a qualidade das diversas propostas no seio do comité de avaliação. Não está claro se esta informação também foi tornada pública.
Também ocorreram muitos incidentes no passado no domínio da supervisão e do cumprimento das regras. Em 2016, houve até a ameaça de uma «segunda guerra dos táxis», quando recrutadores de táxis organizados roubaram passageiros das bancadas e cobraram tarifas demasiado elevadas. As regras foram reforçadas desde então, mas ainda é necessária muita supervisão para garantir que os condutores cumpram as regras.
“Não temos outra escolha” diz um porta-voz de Schiphol em frente ao Het Parool. “O procedimento não seguiu as regras estabelecidas e por isso somos obrigados a desistir do concurso. Estamos trabalhando duro para organizar uma nova licitação o mais rápido possível.” No entanto, isto significa que as empresas que já foram identificadas como vencedoras terão agora de competir novamente com a concorrência. Os perdedores da primeira rodada de licitações agora também terão uma nova chance de melhorar suas propostas.
insegurança
Esta decisão acarreta grande incerteza para as empresas e motoristas envolvidos. As empresas de táxis, como a TCA, já fizeram grandes investimentos para cumprir os rigorosos requisitos que Schiphol impõe aos táxis autorizados a circular no aeroporto. A decepção entre os pilotos é grande. A TCA, que enviaria noventa motoristas para trabalhar em Schiphol, disse estar “extremamente decepcionada” com a decisão.