A empresa de táxis de Antuérpia VHF Taxi de Brasschaat, outrora pioneira na mobilidade eléctrica, foi declarada falida.
A empresa recebeu muita atenção há dez anos por ser uma das primeiras na Flandres a eletrificar toda a sua frota. Em vez de optar por modelos elétricos mais baratos, a VHF Taxi decidiu focar nos Teslas. Na altura, parecia que este investimento se pagaria a si próprio, mas a dura realidade acabou por ser diferente. A falência marca um novo golpe para o sector dos táxis de Antuérpia, que já viu desaparecer outros intervenientes proeminentes.
A VHF Taxi anunciou em 2014 que mudaria completamente para veículos elétricos. A empresa de táxis já possuía uma frota de vinte carros elétricos, incluindo dois Tesla Model S. Segundo a empresa, estes automóveis não só eram amigos do ambiente, como também respondiam às necessidades cada vez mais exigentes dos seus clientes. “Queríamos nos concentrar em um futuro sustentável”, afirmou a administração na época. A empresa foi a primeira empresa de táxi flamenga a conduzir totalmente elétrica num ambiente não urbano.
O investimento foi significativo. Os Teslas estão entre os veículos elétricos mais caros, mas a VHF Taxi estava convencida de que esta escolha seria rentável a longo prazo. No entanto, isso acabou não sendo suficiente para manter a empresa funcionando.
Por enquanto, no entanto, ainda não está claro se outras empresas de táxi na Flandres estarão dispostas a dar o salto para a eletrificação total, dados os desafios que a VHF Taxi enfrentou.
De acordo com o Agrupamento Nacional de Empresas com Táxis com Motorista e Veículos de Localização (GTL), o Táxi VHF sofreu fortemente com as consequências económicas da pandemia corona. A procura de serviços de táxi caiu completamente durante os confinamentos, deixando as empresas do setor com dificuldades para cobrir os seus custos fixos. Para a VHF Taxi, que investiu pesadamente em veículos caros, a situação tornou-se insustentável.
aumento da concorrência
Além disso, o GTL aponta para o aumento da concorrência no setor dos táxis de Antuérpia. Desde 2020, o número de taxistas autônomos na região quase dobrou. “Há agora o dobro de táxis nas estradas do que no início de 2020”, explica um porta-voz do GTL. “Para uma empresa como a VHF, que enfrentava custos elevados devido aos seus investimentos em veículos elétricos, este foi um enorme desafio.”
A falência da VHF Taxi não foi a única coisa que afetou o setor de táxis de Antuérpia. No ano passado também colocou um outro grande jogador os livros para baixo. Estes desenvolvimentos criam incerteza num mercado que já está sob pressão devido ao aumento de serviços de partilha de viagens, como a Uber.
O GTL lamenta a perda do Táxi VHF. “É uma pena que uma empresa com uma visão e ambição tão inovadoras tenha de desistir da luta. Isto mostra o quão vulnerável é o nosso setor em tempos de crise económica e de aumento da concorrência", afirmou a organização.
A falência da VHF Taxi levanta questões sobre a viabilidade da mobilidade eléctrica no sector dos táxis. Embora os veículos eléctricos estejam a tornar-se cada vez mais populares, continuam a ser um investimento caro, especialmente para empresas que operam num mercado competitivo. Apesar das dificuldades, o GTL continua a acreditar num futuro para os táxis eléctricos, embora acredite que é importante que haja mais apoio do governo para ajudar as empresas a fazerem a transição para a sustentabilidade.