Donald Trump foi empossado novamente como presidente dos Estados Unidos numa cerimónia que causou ondas de choque não só a nível interno, mas também a nível internacional.
A inauguração, realizada na Capital One Arena, atraiu milhares de apoiadores dedicados e notáveis do mundo da tecnologia e dos negócios. Embora Trump se posicione enfaticamente como o homem dos valores americanos tradicionais, as suas políticas têm consequências directas na cena mundial, incluindo a Europa. As suas decisões sobre política climática, comércio e energia, em particular, dominam a atenção.
retirada do acordo de Paris
Um dos primeiros atos oficiais de Trump após tomar posse foi a assinatura de um decreto pelo qual os Estados Unidos se retiram mais uma vez do Acordo Climático de Paris. Este passo, que anunciou durante a sua campanha, marca uma ruptura com a política do seu antecessor Joe Biden. A retirada enfraquece a cooperação internacional em matéria de alterações climáticas, suscitando preocupações entre os líderes europeus.
A União Europeia sente-se agora obrigada a fazer esforços adicionais para alcançar os seus próprios objectivos climáticos. Isto dará um impulso adicional ao Pacto Ecológico, o ambicioso plano para tornar a Europa neutra em termos climáticos até 2050. A saída dos EUA do acordo também obriga os países europeus a reduzir a sua dependência dos combustíveis fósseis, resultando em maiores investimentos na mobilidade sustentável, como veículos eléctricos, combustíveis alternativos e transportes públicos.
figura principal ou controversa?
Durante o encontro festivo, o bilionário da tecnologia Elon Musk falou ao público. “É assim que se sente a vitória”, disse Musk, visivelmente entusiasmado, enquanto milhares de apoiantes de Trump o aplaudiam. Musk, proprietário da Tesla e da SpaceX, desempenhou um papel fundamental na campanha de Trump ao contribuir com 250 milhões de dólares para os seus cofres eleitorais. O seu envolvimento vai além do apoio financeiro; ele ocupará um cargo oficial no novo governo e se concentrará em tornar o governo mais eficiente.
No entanto, Musk não está isento de controvérsia. Um gesto que ele fez durante o discurso – estendendo a mão direita – lembrou uma saudação a Hitler. Uma tempestade de críticas surgiu nas redes sociais. Musk ainda não explicou publicamente o incidente, mas a polêmica pode ter consequências para sua imagem e seu papel no governo.

Trump também anunciou que continuaria com as suas duras políticas comerciais, especialmente contra os países europeus. Ameaça novamente impor tarifas de importação elevadas aos automóveis europeus, o que poderá ter consequências directas para o sector da mobilidade. As empresas automóveis europeias temem não só custos mais elevados, mas também um possível declínio na procura dos seus produtos no mercado americano. Em resposta a estas ameaças, algumas empresas começaram a diversificar os seus processos de produção e a estabelecer cadeias de abastecimento alternativas. No entanto, isto poderá levar a preços mais elevados para os consumidores e a pressões sobre o mercado de trabalho europeu.
“perfure, baby, perfure”
Trump afirmou durante o seu discurso de posse que quer combater a inflação limitando os gastos e baixando os preços da energia. Ele declarou uma emergência energética, com o objetivo de bombear mais petróleo e aumentar a produção interna. Esta abordagem envolve o abandono de medidas que desencorajam a utilização de combustíveis fósseis. O slogan “broca, baby, fura” foi usado novamente como um apelo à ação.
Os países europeus temem que esta estratégia não só prejudique o clima, mas também possa perturbar o mercado energético global. Ao mesmo tempo, oferece à Europa a oportunidade de se destacar mais fortemente como líder no domínio da energia e tecnologia verdes.
A cerimônia contou com a presença de uma ampla gama de figuras proeminentes, incluindo membros da família Trump, membros de seu novo gabinete e ícones da tecnologia como Jeff Bezos, Tim Cook e Mark Zuckerberg. A presença destas figuras influentes indica que Trump tem uma forte ligação com a América corporativa, apesar das suas políticas controversas.
nova realidade
A reeleição de Donald Trump marca o início de um período novo e incerto para a Europa. À medida que os EUA se concentram cada vez mais nos interesses internos e nas fontes de energia tradicionais, a Europa sente-se pressionada para mostrar liderança no clima e no comércio. A evolução dos próximos anos dependerá muito da resposta europeia à política de Trump e da medida em que a cooperação internacional for mantida.