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Imagem Pitane

Gritos de acionistas, alta pressão no trabalho e rápidas mudanças de gestores são sinais.

O setor dos táxis, uma indústria que depende em grande parte dos seus trabalhadores, enfrenta um problema alarmante que vem cada vez mais à luz: comportamentos transfronteiriços indesejados por parte dos acionistas. Isso fica evidente em uma investigação de meses realizada por nossos editores, na qual entrevistamos funcionários do setor.

Neste artigo optamos por não mencionar nomes ou empresas específicas. Nosso objetivo não é destacar empresas ou indivíduos individuais, mas esclarecer um problema que abrange todo o setor e que requer atenção e ação. Queremos aumentar a sensibilização e fornecer uma plataforma para as vozes das pessoas afetadas por estas questões, na esperança de que isso conduza à autorreflexão e a mudanças positivas.

Muitas pessoas vêem os accionistas como investidores silenciosos, mas esta visão não parece aplicar-se no sector dos táxis. De acordo com os colaboradores entrevistados, os acionistas são muitas vezes diametralmente opostos à administração e aos colaboradores. Exigem resultados excessivos e não hesitam em reforçar as suas exigências com vozes altas ou batendo com os punhos na mesa quando querem defender uma posição.

Esta abordagem tem consequências graves. Os funcionários reclamam de queixas físicas e emocionais em decorrência da imensa carga de trabalho. Este comportamento transgressor parece contribuir para uma elevada rotatividade de pessoal no sector. Todos os anos, dezenas de funcionários saem porque não conseguem atender às demandas irracionais da empresa.

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Neste artigo optamos por não mencionar nomes ou empresas específicas.

Particularmente preocupante é que mesmo os gestores gerais não estão imunes a este tratamento inadequado. Múltiplas fontes relatam que os gestores são por vezes substituídos de um dia para o outro, sem terem tido a oportunidade de alterar ou ajustar a política da empresa conforme entenderem.

cultura corporativa

A cultura da empresa e o ambiente de trabalho desempenham um papel importante na retenção de funcionários, incluindo gestores. Um ambiente onde está presente comportamento inadequado, alta pressão ou mesmo racismo pode ter um impacto negativo no bem-estar dos gestores e na sua vontade de permanecer na empresa. Os gestores são muitas vezes o primeiro ponto de contacto para as preocupações e exigências dos acionistas. Se estiverem constantemente expostos a pressões excessivamente elevadas, comunicação agressiva ou comportamento antiético por parte dos acionistas, isso pode levar ao stress, à desmotivação e, em última análise, à decisão de sair.

Contudo, uma solução não é fácil. A influência dos acionistas é de longo alcance e não é fácil de moderar. Ainda assim, ter discussões abertas sobre esta questão e desafiar o comportamento dos acionistas pode ser um bom começo. Existem várias razões pelas quais os acionistas podem reagir desta forma. A principal motivação para muitos acionistas é o retorno do seu investimento. Eles podem ficar frustrados quando uma empresa não atende às suas expectativas financeiras e expressar sua frustração de forma agressiva.

Alguns acionistas podem não ter ampla experiência ou conhecimento das operações comerciais diárias. Isto pode levar a expectativas irrealistas e a uma tendência para exercer pressão sem compreender plenamente o que é necessário para atingir determinados objectivos. Às vezes, falta uma comunicação clara entre a administração e os acionistas. Se os accionistas não sentirem que estão plenamente informados sobre o que está a acontecer na empresa, é mais provável que exerçam pressão ou mesmo intimidação.

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Quando falamos de comportamentos indesejáveis, não estamos falando apenas de casos extremos, mas também de formas sutis de intimidação, pressão excessiva e comunicação desrespeitosa.

Em alguns casos, a cultura dentro de uma empresa ou setor pode levar a comportamentos inadequados. Se o comportamento agressivo for considerado normal ou tolerado, os acionistas poderão tornar-se mais propensos a comportar-se desta forma. Por exemplo, os acionistas podem, consciente ou inconscientemente, empregar estereótipos ou preconceitos racistas nas suas interações com funcionários ou executivos de uma determinada origem étnica ou racial. Também podem colocar expectativas ou pressões desproporcionais sobre os indivíduos com base na sua raça ou etnia.

Este tipo de comportamento não é apenas antiético e injusto, mas também pode ser ilegal, dependendo da legislação do país em questão. Abordar o racismo no local de trabalho é um passo crítico na criação de um ambiente de trabalho inclusivo, respeitoso e justo para todos os funcionários.

Associação Comercial

Queremos utilizar este artigo para incentivar as empresas e os acionistas a praticarem a autorreflexão e a assumirem a responsabilidade pelo seu papel na formação do ambiente de trabalho. É hora de ouvir, aprender e agir para criar um local de trabalho mais positivo, inclusivo e respeitoso para todos.

Incentivar uma cultura de transparência e abertura nas empresas também pode ser um passo crucial. Isto pode significar que os acionistas reportam regularmente as suas interações e decisões e que os funcionários são incentivados a levantar preocupações ou reclamações sem receio de retaliação.

Finalmente, é importante que o sector dos táxis como um todo reconheça estes problemas. As associações industriais, os sindicatos e os líderes empresariais devem trabalhar em conjunto para promover um ambiente de trabalho seguro e respeitoso. Isto não só beneficiará os actuais trabalhadores, mas também garantirá o futuro do sector como um empregador atraente e sustentável.

procure ajuda

Embora seja importante reconhecer que estes comportamentos podem ocorrer em qualquer lugar, as organizações devem esforçar-se por criar um ambiente onde tais comportamentos sejam reconhecidos, abordados e não tolerados. Isto pode ser alcançado através da implementação de políticas claras contra comportamentos inadequados, proporcionando formação aos funcionários e incentivando uma cultura de respeito e igualdade. Em particular, os líderes e as pessoas com influência, como os acionistas, devem estar conscientes do poder que possuem e utilizá-lo de forma responsável. Eles também devem ser responsabilizados por seu comportamento e pelo impacto que ele pode ter sobre outras pessoas na organização. 

Qual é o risco de comportamento transfronteiriço na sua empresa? Faça o escaneie e descubra onde estão os pontos de interesse da sua empresa. O preenchimento leva no máximo 5 minutos e você receberá aconselhamento imediato. Gostaria de discutir uma situação específica? Ligue para um especialista através da Linha de Aconselhamento do Apoio à Vítima da Holanda para profissionais no número 0900-0101 (opção 3 no menu).

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