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Imagem Pitane

O custo do envio de mercadorias da China para a Europa aumenta 400%.

A escalada do conflito no Mar Vermelho e o impacto resultante no transporte marítimo e no comércio globais criaram uma situação sem precedentes que está a afectar seriamente a dinâmica do comércio internacional. O recente aumento de ataques com mísseis e drones por militantes Houthi baseados no Iémen contra navios comerciais tem um impacto directo nos custos de transporte e na duração do transporte marítimo entre a China e a Europa. Segundo Paolo Gentiloni, Comissário Europeu para a Economia, os custos de transporte para determinadas rotas entre estas regiões aumentaram cerca de 400%, enquanto a duração do transporte aumentou até 15 dias.

Este aumento nos custos e tempos de viagem mais longos é um resultado direto dos riscos de segurança colocados pelos ataques Houthi. Muitas companhias marítimas decidiram evitar o Canal de Suez, uma via navegável crucial para o comércio internacional, e em vez disso desviaram os seus navios para uma rota mais longa em torno do Cabo da Boa Esperança. Este desvio não só levou a tempos de trânsito mais longos, mas também a um aumento significativo nos custos operacionais, incluindo o consumo de combustível.

O impacto destes desenvolvimentos estende-se ao mercado global. Os preços médios dos contentores marítimos duplicaram em todo o mundo, enquanto as taxas dos camiões-tanque de combustível, que são essenciais para a distribuição de petróleo e gás, subiram para o seu ponto mais alto em anos. Estes aumentos de preços poderão causar uma reacção em cadeia, resultando em potenciais aumentos de preços de bens de consumo e energia.

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Navio porta-contentores

Em resposta a esta crise, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia chegaram a um acordo para lançar uma operação naval no Mar Vermelho para proteger os navios comerciais. A proposta, apresentada pela Alemanha, França e Itália, surgiu após apelos dos Países Baixos, cujo sector dos transportes marítimos sofreu significativamente com os ataques. A operação, com início previsto para 19 de fevereiro, é vista como um passo essencial para garantir a segurança da navegação na zona e estabilizar os fluxos comerciais.

A União Europeia continua optimista quanto ao impacto da crise das rotas comerciais na inflação dentro do bloco, com a expectativa de que não terá um impacto significativo. No entanto, o reconhecimento de que novas perturbações na oferta poderão levar a picos de preços realça a vulnerabilidade do comércio internacional às tensões geopolíticas.

A situação no Mar Vermelho é um exemplo claro de como o conflito e a incerteza na cena mundial podem ter consequências diretas e significativas para a economia global. Sublinha a necessidade de cooperação e diplomacia internacionais para garantir a segurança de rotas comerciais cruciais e proteger a estabilidade do comércio global.

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